A «Calçada Portuguesa» da Rua de Santo António, em Faro, foi construída em 1970 tornando pedonal aquela artéria . Foi projetada por Ramiro Fernandes e implementada por uma equipa (...)
Para descrever a laranja algarvia bastam duas palavras: SUMARENTA e DOCE. As nossas laranjas estão distinguidas pela União Europeia (UE) desde 21 de junho de 1996 com a indicação (...)
Árido corpo nas pedras deitado na magra substância da terra deitado lavrado — um corpo longo uma pura construção de formas absolutas — movimento circular sempre recomeçado: mar (...)
Um corpo aberto, como os animais: Um potro que galopa a terra e o pó, A ave que se estende para voar. O meu poema, assim, é como o mar Que, ao babar-se, pela praia mete dó… Mas (...)
Havia uma luz estampada no teto, Fenómeno estranho, mas muito completo. E eu via um olho fixado em mim, Tirando-me o sono, como um vigilante. Fosse eu rei mago ou cavaleiro andante, (...)
Escuto na palavra a festa do silêncio. Tudo está no seu sítio. As aparências apagaram-se. As coisas vacilam tão próximas de si mesmas. Concentram-se, dilatam-se as ondas silenciosas. (...)
E se tudo isto não fosse bem assim? Se não fossem os riachos aquilo que julgamos ser; Corpos de água em movimento… E se a brancura fosse apenas a ausência de cor e o silêncio (que (...)
A peste deflagrava por toda a Europa, uma coisa nunca vista, muitas pessoas padeciam, o medo da doença atormentava o povo de Faro, o qual pediu a São Tomás de Aquino para não deixar (...)
Romance da princesa Do país dos gelos que Em terras de moirama Suspirava contado Em louvor da fantasia Dum povo que Nasce vive e morre Entre o céu e a água. (...) A Princesa (...)
"Os algarvios orgulham-se do seu carácter informal, simpático e acolhedor, recebendo bem os forasteiros e adaptando-se de forma positiva às mudanças que trouxe o crescimento do turismo (...)
Em um sítio chamado a Fonte Coberta, nas proximidades de Lagos, existe encantado um mouro ou uma moura. Em certa ocasião foi uma pobre mulher buscar água à fonte, e ao afastar-se viu (...)
Ao pé dos valados musgosos, poderá não haver sol mas haverá, sempre, poesia... Ao pé dos valados musgosos, poderá não haver nem um pássaro, nem a resina dos pinheiros, mas haverá (...)
Tal como um búzio caído Meu amor À beira-mar Pus na guitarra o ouvido Tive a alma a soluçar Pelo mar Com o mar Foi tão triste essa alegria Vibrando cá bem no fundo ó Meu (...)
Onde um rumor de água é só silêncio, Tenho a surdez de mim, rasgada, inteira; Ofereço o ribombar desta maré De mil versos diversos, De canseira; morro de pé. Dezasseis luas altas (...)
Sei dos meus poemas como sobreiros em carne viva e de todas as ralações do mundo; dos impérios (des) feitos em cacos e das ideologias como manteiga no focinho do cão, guardando o monte... (...)
Ouvindo o que o mar dizia Com a surdez dos olhos meus, Fui escutando…e fiz-me deus Fiz-me ao mar…e fui POESIA. Fiz-me ao sal…e fui Império Fiz-me ao Sul…e fui a gesta. Perdi (...)
Livre! Sou livre como é livre tudo Quanto, por ter nascido, mais não é; Sou livre, nesta força de maré Com que os versos me invadem, a miúdo. Ninguém me prende, nem o Amor sequer; Sou homem livre. Que maior riqueza
Deixo habitar, em mim, toda a paisagem; Entra pela pele nervos, pelas artérias E põe nuances, vagas e etéreas Para a descoberta, a breve cabotagem. E eu sou o que contemplo, a vastidão (...)
Morre-se por aqui, na letárgica maneira de um pássaro sem interesse pelo voo... Sustentamo- nos do ar rarefeito, na raridade do sonho possível de um oceano que espera ser desvirginado (...)
Ando por dentro de mim como se andasse dentro de uma sala às escuras. A amplitude nocturna das coisas relembram- me cidades desertas e praias sem peugadas sob o toldo estrelado da abóbada (...)
Num amor grande como um mar sem praias, Sem os teus beijos, minha pele é sobro. Minha alma, de sal, já tem o dobro Do mar que tem, nas ondas, suas aias. Faço dos versos, rimas, as alfaias (...)
O interior da existência de um homem é o oceano mais profundo que possamos navegar; navegar, por dentro de um rumor constante, sob a mestria da lua, para que a melancolia nos surja como (...)
A fronteira entre o Algarve e o Alentejo encontra-se a praia de Odeceixe. Esta é uma das mais espetaculares praias do nosso litoral. Uma praia grande e bonita com uma grande ribeira a (...)
Atira'tó mar e diz que t'empurrarem. Beija-me da boca e chama-me Tarzan Mo', qué que fazes aqui? Ma' p'qué que tu me deixaste da mão? Já tou fart' de pensar em ti. Tens uma mania (...)
Aqui neste Algarve cheio de sol e luz marquei um dia o meu destino numa terra de humildes e heroicos pescadores – a Fuseta. Aldeia piscatória onde decorreu a minha infância, que (...)
Conheço a tua força, mãe, e a tua fragilidade. Uma e outra têm a tua coragem, o teu alento vital. Estou contigo mãe, no teu sonho permanente na tua esperança incerta Estou contigo na (...)
É verdade, Antónia: de tudo faço versos: é só parar, respirar fundo as humildes coisas em redor e deixar que eles me poisem nos ombros. Desde que gostosamente me recolhi no claustro (...)
Ululou no pincel extranho de Rembrant, O trágico da tinta, Eschylo da pintura; Foi triste e dolorosa em Cano e Zurbaran E em Rubens tomou idilica frescura. Com Velasques criou rajadas de (...)
No orvalho dos mastros desta nau Teço uma teia de seda fina E na sua geometria radial Filha dos cavaleiros das águas Faço as asas do vento migrante Na luz do quarto minguante do luar (...)
Anda, vem sentar-te comigo nesta falésia, anda ver o mar sentados devagar sob a copa deste pinheiro como se não houvesse mais espaço para preencher. Anda, vem ouvir a nuvem (...)
Nas fragas nascem todos os princípios No dançar das águas toda a plenitude Sérgio Brito ... Partem as gaivotas das mais altas fragas no seu voo picado mergulham no mar vão ao mais (...)
A arquitetura tradicional algarvia reflete a história, o gosto popular e as necessidades das gentes do sul. As portas tradicionais são em madeira e quase sempre apresentam postigos que, (...)
A vida é uma corda puída, desfibrada, roída como um abandono, como um cansaço ou uma desistência, com um nó que não desfaço por estar só neste enlace com a ausência. Miguel Afonso Andersen (...)
Tentei afogar no mar as súbitas ideias negras pássaros nocturnos pesando nos ombros Olho-os a estrebuchar nas águas Deus queira que não saibam nadar! Teresa Rita Lopes (Faro) Fo (...)
Numa povoação perto de Pêra, existe uma horta que tem um tanque e uma nora. Perto desse tanque estão enterrados, objetos muito valiosos. Conta-se, que naquele mesmo lugar, há muito (...)
. Ora loira, ora morena, tanto te mudas, te pintas que talvez te valha a pena um marido “troca tintas”. António Santos ... Ó alcachofra, Deus queira, Por amor de nós, os dois, (...)
Mais conhecido no Algarve como Papas de Milho, tem a acompanhá-lo as ameijoas, as conquilhas, o berbigão, o toucinho frito e o chouriço. Marca única da cozinha regional algarvia, pode (...)
Tinha por regra correr, como doido, atrás da vida e na pressa desmedida erguia-se o meu viver. Corria atrás de mim mesmo como de fera evadida; que galope era essa vida, pelas fazendas, (...)
Ó Monte Boi; retiro com o céu à minha altura. As nuvens, se quisesse, tocava com os dedos. Ninguém mora nas casas, os templos dos segredos da história de outras vidas, constante formosura. (...)
De mim podia falar-te… mas não sei Que não saber é tudo o que te ofereço, E ao dar-te já recebo o que não tinha. Mendigo, pela vida, a coisa minha; A rés do sonho, ao rés do (...)
Fala mais baixo, deixa a tarde ser O entardecer crepuscular do ocaso; Se, por acaso, a noite não vier Que possa eu oferecer meu peito raso De luz, sanguínea e triste, como Espanca (...)
Deixássemos nós fluir, da ponta dos dedos, as carícias dedilhando a demora de uma ausência maior... e tudo, à nossa volta, desabrochava como um terreno inculto, ao Sul. Deixássemos (...)
De como tudo vale a pena Não há remorso de nada, embrenhado Na cadência dos dias e das noites; Tudo flui, por si e por inteiro. Não lembro o que não tive E do que sonhei ter… (...)
À altura do horizonte, Aceita-me o conselho; Esquece-te de ti, de olhares A ponta dos teus pés. Tu és o todo que contemplas, A reverberação da luz és tu, Na luz que ri… Ou (...)
(Rosa Alice Branco) Redescobrir-lhes as formas, os contornos e os limites desenhados milimetricamente na postura do olhar atento. Visita-me depois, bem mais tarde, quando, a desoras, o (...)
Linhas do amor na página da face Dos valados derrocados, pelas fazendas. Ó canto da cigarra tresloucado, Ensurdecendo amêndoas e al- farrobas. Rosa –dos- ventos; Almeixário antigo (...)
Sei dos meus poemas como sobreiros em carne viva e de todas as ralações do mundo; dos impérios (des) feitos em cacos e das ideologias como manteiga no focinho do cão, guardando o monte... (...)
Vasculho, ainda, as relíquias das folhas outonais. Como não tem chovido...ei-las hirtas, firmes enrijadas de étimas cores e rebordos de aço. Vasculho, ainda, as relíquias de dias (...)
A chaminé algarvia tem um condão especial... É fruto da fantasia, deste povo sem igual, de poetas, de sonhadores, serranos e pescadores, que viraram para os céus, a pedir graças a DEUS (...)
Os perceves são abundantes na Costa Vicentina. Colhidos no mar e nas rochas nem sempre são fáceis de alcançar, devido aos locais de difícil acesso onde se encontram. Os marisqueiros (...)
Esse teu segredo Não quero mais nada; Que a nudez rasgada Se mostra sem medo, Na terra deitada. Aberta, despida, Esperando a semente Lançada, e esquecida, Que é parte da gente. O (...)
Pintaram minha rua de lilás, Em pinceladas fortes, curvilíneas, Para ofuscar as pétalas sanguíneas Dos loendros e hibiscos, lá atrás. São os jacarandás, bocas floríneas. Em cada (...)
Tão triste eu ando já, e descontente, Que meus olhos de todo se fecharam A visão radiosa que sonharam... - Um lar, um ninho, e um amor ardente... Gastei a Mocidade loucamente, E a (...)
Meus pensamentos são nómadas e vagarosos como a água que vem da montanha e não sabe nada do coração dos homens. O meu, por exemplo, tem a leveza do vento e corre para casa como (...)