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RUMO AO SUL

RUMO AO SUL

Alentejo...

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Trago na alma
todos os cantares
de um povo

campos silvestres
alindados de papoilas
e a alecrim
sementes de gratidão
e de respeito
despida de mim
Alentejo beijo-te o chão
.
teu corpo canta o amor
com notas ataviadas
de suor e lágrimas
dos oceanos
de searas onduladas
e dos campos
de cores mil
por outras
tantas mãos ceifados
.
teus mundos
de calma e (desas)sossego
acarretam nos olhos teus
segredos por decifrar
dos entardeceres pintados
de quietude e solidão
dos madrigais em flor
e noites de Lua cheia
.
tens promessas prometidas
na vastidão do teu sentir
e guardas na brisa de Suão
a esperança jamais esquecida
de um alvorecer brando e sereno
de todos os mundos
num só mundo
de planícies por desbravar
.
Alentejo minha terra
semente (e)ternamente
em mim germinando
.
terra cantada
terra encantada
das mouras
e princesas
dos castelos
ensolarados/enluarados
por teu Guadiana banhado
.
amor de todos os poetas
feitiço que retém
tu és Mãe
és soberano
és alento
e coração
força perdida
mas não vencida
espiga dourada
beijando o Sol
com que me abraças
beijando o Sol
com que me respiras
.
Alentejo minha alma
Alentejo meu amor
Alentejo terra sofrida!
.

Mariana Valente
(Serpa)

Fotografia - Moinho de Vento.Serpa-Alentejo, por Bruno Palma