Amo-te porque não me amo
Amo-te porque não me amo
inteiramente. O que me falta
é infinito
mas tu és do bem que me falta
o enigma onde se condensam
a terra e o sol o ar as águas
invioladas
e tenho a boca cheia
de música ondulação
do teu silêncio.
Casimiro de Brito
(Loulé - Algarve, 14 de janeiro de 1938)
Fotografia de Isaura Almeida