Cantar Camponês
Meu cantar sempre aparece,
quando na terra pressente,
a força do gesto breve,
do germinar da semente.
Faísca cártamo-flor,
na escuridão da campina.
Não sejas mais criador,
onde o tirano domina.
Forquilha da nossa guerra,
guerra da nossa forquilha.
A guerra não nos aterra,
só a fome nos humilha.
Monteiro Pote
(Alentejo)
Arte - António Lino. - "Ceifeiras" Museu do Chiado, Museu Nacional de Arte Contemporânea