Cetinoso luar...
Cetinoso luar, querido dos marinheiros,
Luar sentimental do sonho e dos amores,
Que nevas com a luz a água dos ribeiros
E dos lagos azuis deitados entre flores.
Tu vais tecer, de leve, em brancas musselinas,
A baías, o mar: entulhá-los de estrelas;
Romantizas os cais, as ilhas, as colinas,
As curvas dos perfis, o voo ágil das velas.
Vais rolar, sobre a serra e nos vales floridos,
O teu alvo fulgor de mármore e de arminhos:
Tornas os corações bons e compadecidos,
Idílicos; o campo, as estradas, os ninhos…
Luar sentimental do sonho e dos amores,
Que nevas com a luz a água dos ribeiros
E dos lagos azuis deitados entre flores.
Tu vais tecer, de leve, em brancas musselinas,
A baías, o mar: entulhá-los de estrelas;
Romantizas os cais, as ilhas, as colinas,
As curvas dos perfis, o voo ágil das velas.
Vais rolar, sobre a serra e nos vales floridos,
O teu alvo fulgor de mármore e de arminhos:
Tornas os corações bons e compadecidos,
Idílicos; o campo, as estradas, os ninhos…
João Lúcio, (O Meu Algarve, 1905)
(Olhão, 4 de julho de 1880 - 26 de outubro de 1918)
Fotografia - S. Joao do Arade - Algarve, por Filipe Santos