Chega o Ano Novo
Caminha o Novo Ano tão depressa.
A festa já o espera em plena rua.
O fogo-de-artifício esconde a lua
e deixa a natureza quase avessa.
Há copos tilintando na travessa
da vida, que se apraz e não recua.
Os brindes são silêncio que acentua
os laivos de alegria e de promessa.
Folias que se avultam neste povo,
que gasta o que não tem, por algo novo,
na busca de encontrar uma vitória.
Sozinho vai partir o Ano Velho.
Ninguém escuta já o seu conselho,
Que os velhos, para os novos, são história.
Glória Marreiros
(Monchique)
Fotografia - Serpa por Ricardo Zambujo