Dobrar o cabo
Dobrar o cabo e ficar suspenso
como quem se perdeu na rota.
Pela frente, um mar que não venço
atrás, o travo amargo da derrota.
Quarenta navios parados nestas águas,
quarenta velas rasgadas na tempestade,
quarenta barcas carregadas de mágoas,
quarenta milhas do tamanho desta idade.
Aos quarenta dobrar o cabo
da vida e amargamente ter
na boca a náusea que nos sabe
uma vida vivida sem a viver.
Quarenta viagens navegando
à descoberta do sonho mais puro,
quarenta flautas de pan tocando
as notas dissonantes do futuro.
Miguel Afonso Andersen, no livro "Circum-Navegações" (Raiz perturbada)
(Ferragudo\Portimão)
Fotografia de Ferragudo por Carlos F. Figueiras
como quem se perdeu na rota.
Pela frente, um mar que não venço
atrás, o travo amargo da derrota.
Quarenta navios parados nestas águas,
quarenta velas rasgadas na tempestade,
quarenta barcas carregadas de mágoas,
quarenta milhas do tamanho desta idade.
Aos quarenta dobrar o cabo
da vida e amargamente ter
na boca a náusea que nos sabe
uma vida vivida sem a viver.
Quarenta viagens navegando
à descoberta do sonho mais puro,
quarenta flautas de pan tocando
as notas dissonantes do futuro.
Miguel Afonso Andersen, no livro "Circum-Navegações" (Raiz perturbada)
(Ferragudo\Portimão)
Fotografia de Ferragudo por Carlos F. Figueiras