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RUMO AO SUL

RUMO AO SUL

Enseada

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Sei de uma enseada
onde terminam as vagas
que se formam dia-a-dia
ao largo de um oceano suspenso
entre o céu e a cidade.

Imenso o mar voraz
vem dar à ria
e ao longe rebenta
um trovão.

A paixão é uma tormenta,
é tempestade
Mas a certeza de amar
dá-me paz.

Conheço bem esse lugar
de abrigo
onde aportam as ondas cansadas
do final da tarde.

É um querer antigo
que se desfaz
e se refaz de novo
como por magia.

Tal como as ondas maradas
se renovam e se desfazem
no recovo
que apenas se descobre na maré vazia.
 

Euridice Cristo
(Olhão)

Fotografia de Jorge Manso (Algarve)