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RUMO AO SUL

RUMO AO SUL

Eu sou

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Eu sou cavalo perdido
Que vai galopando absorto,
Filho da dor, sou gemido,
Perdido num mar revolto.

Eu sou alguém que morreu
Cansado de tanto esp’rar,
Eu sou tudo menos eu
Quando me quero encontrar.

Eu sou águia, sou falcão,
Andorinha no beiral,
Amor, loucura, paixão,
Um poeta de Portugal.

Eu sou o eco ferido,
O pranto que alguém chorou,
Sou alguém que tem sofrido
Por tudo isto que eu sou.

Eu sou semente perdida,
Que germinou e secou,
Onde a vida não é vida
Porque a vida não vingou.

Sou filho do Sol brilhante,
Sou irmão da Lua cheia,
Sou uma estrela distante
Que cintilante, burlei-a.

Abílio Ferradeira de Brito
(Faro)

Fotografia de Quarteira por Pedro Cabeçadas
(Faro)