Fala mais baixo
Fala mais baixo, deixa a tarde ser
O entardecer crepuscular do ocaso;
Se, por acaso, a noite não vier
Que possa eu oferecer meu peito raso
De luz, sanguínea e triste, como Espanca
Espancada num soneto, pela Saudade.
Que chegue a noite, ainda só metade,
Numa névoa lunar; etérea e branca.
.
Fala mais baixo, tal como fazias
Entre os meus braços, nos suspiros de antes…
Na ternura dos beijos, pois que amantes
Foi toda a eternidade, em breves dias.
Sejamos nós a tarde- quase- não,
A noite ainda- não mas mesmo- quase
E aos búzios dos ouvidos, traz a frase:
“ Amor, meu terno amor, ó sedução!”
Fala mais baixo, para que o pleno escuro
Derrame, sobre nós, a luz e a seda
Que a lua já desfralda, pela vereda
Das formas do teu corpo, que procuro.
Fala mais baixo, deixa vir o dia
Nos espasmos de amor, de amor dormente…
Murmuro ao teu ouvido. Ouves? Sente:
“ Ó sedução, meu terno amor, magia!”
.
Manuel Neto Dos Santos
(Alcantarilha)
Fotografia de Diamantino Inácio
(Faro)
O entardecer crepuscular do ocaso;
Se, por acaso, a noite não vier
Que possa eu oferecer meu peito raso
De luz, sanguínea e triste, como Espanca
Espancada num soneto, pela Saudade.
Que chegue a noite, ainda só metade,
Numa névoa lunar; etérea e branca.
.
Fala mais baixo, tal como fazias
Entre os meus braços, nos suspiros de antes…
Na ternura dos beijos, pois que amantes
Foi toda a eternidade, em breves dias.
Sejamos nós a tarde- quase- não,
A noite ainda- não mas mesmo- quase
E aos búzios dos ouvidos, traz a frase:
“ Amor, meu terno amor, ó sedução!”
Fala mais baixo, para que o pleno escuro
Derrame, sobre nós, a luz e a seda
Que a lua já desfralda, pela vereda
Das formas do teu corpo, que procuro.
Fala mais baixo, deixa vir o dia
Nos espasmos de amor, de amor dormente…
Murmuro ao teu ouvido. Ouves? Sente:
“ Ó sedução, meu terno amor, magia!”
.
Manuel Neto Dos Santos
(Alcantarilha)
Fotografia de Diamantino Inácio
(Faro)