Livro de eros ou as teias do desejo
I
Sinto-me um pássaro, um Pégaso que voa no mar
para dentro de um céu iluminado — poderás imaginar
as estrelas que brilham dentro de ti?
II
Caio onde te elevas — levantas o dorso, as asas e abres-te
como se fosses água; e toda me inundas embora ardas
onde sou sede, e nela bebo e ardo quando me visitas.
III
Cheiras a mar, és uma concha, um pássaro faminto
e em ti me perco, em tuas glândulas nocturnas —
abre, meu amor, abre que não te amo há mil anos.
.
Casimiro de Brito, em "Livro de eros ou as teias do desejo”
Fotografia de Jorge Florêncio
Senhora Da Rocha
Sinto-me um pássaro, um Pégaso que voa no mar
para dentro de um céu iluminado — poderás imaginar
as estrelas que brilham dentro de ti?
II
Caio onde te elevas — levantas o dorso, as asas e abres-te
como se fosses água; e toda me inundas embora ardas
onde sou sede, e nela bebo e ardo quando me visitas.
III
Cheiras a mar, és uma concha, um pássaro faminto
e em ti me perco, em tuas glândulas nocturnas —
abre, meu amor, abre que não te amo há mil anos.
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Casimiro de Brito, em "Livro de eros ou as teias do desejo”
Fotografia de Jorge Florêncio
Senhora Da Rocha