Mar salgado
Sou filha do mar salgado!
Ando presa numa rede
de que me vou libertar
quando passar esta sede
que tenho de tanto amar.
Tenho nas mãos um arado
que uso para abrir regos,
e depositar sementes
que me darão o meu pão.
Os meus olhos são segredos
onde restam meus caminhos
que vou caminhando em vão.
Sou filha do mar salgado!
No coração tenho o som
de marés adivinhadas
quando em longas madrugadas
recordo o mar e o chão
que tenho no coração.
Alcina Viegas
( Tavira)
Fotografia de Filipe da Palma
(Portimão)