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RUMO AO SUL

RUMO AO SUL

No orvalho dos mastros desta nau

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No orvalho dos mastros desta nau
Teço uma teia de seda fina
E na sua geometria radial
Filha dos cavaleiros das águas
Faço as asas do vento migrante

Na luz do quarto minguante do luar
Por entre a luz e a penumbra
Construo candelabros de cristais
E nos seus quadrívios temporais
Lanço os raios e os relâmpagos
Para alumiar todos os mares perdidos

Traço um mapa das estrelas cadentes
Nas trevas do chão de arbustos bravos
E nas suas tangentes de fogo
Filhas de labirintos e incógnitas
Refaço o sangue nas veias e artérias
E continuo em rotação sincronizada
Na geometria celular da minha epiderme
Até que as forças centrífugas
Me devolvam à nudez do infinito

Fernando Reis Luís
(Monchique)

Fotografia de Vitor Pina - Photography
(Portimão)