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RUMO AO SUL

RUMO AO SUL

O meu Alentejo

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Meio-dia: O sol a prumo cai ardente,
Dourando tudo. Ondeiam nos trigais
D’ouro fulvo, de leve... docemente...
As papoilas sangrentas, sensuais...

Andam asas no ar; e raparigas,
Flores desabrochadas em canteiros,
Mostram por entre o ouro das espigas
Os perfis delicados e trigueiros...

Tudo é tranquilo, e casto, e sonhador...
Olhando esta paisagem que é uma tela
De Deus, eu penso então: Onde há pintor,

Onde há artista de saber profundo,
Que possa imaginar coisa mais bela,
Mais delicada e linda neste mundo?!

Florbela Espanca, em "Trocando olhares", 1915-1917
( Vila Viçosa, 8 de dezembro de 1894)

 

Imagem retirada do Google sem identificação de autor