O que faço melhor é contemplar
O que faço melhor é contemplar
e contemplo mal — o cristal dos meus olhos
está cansado e o sopro matinal que tanto prazer
me deu desprende-se já do corpo que julguei meu.
Pouco a pouco, contemplando as árvores
e os seus frutos, as aves e as suas plumas,
o mar e as deusas que nele repousam
aprendi que não há regresso. Ouço, palpo,
não espero nada. As nuvens navegam brancas
nos rios; as águas alimentam fauna e flora; o gato,
caçador sentado, assiste ao encontro adiado
das águas e da sede. O que faço melhor
é contemplar o paraíso que vai nascendo.
Foto de Casimiro de Brito, do livro "Amar a vida inteira"
(Loulé)
Fotografia - Praia da Marinha por Leos Photos
e contemplo mal — o cristal dos meus olhos
está cansado e o sopro matinal que tanto prazer
me deu desprende-se já do corpo que julguei meu.
Pouco a pouco, contemplando as árvores
e os seus frutos, as aves e as suas plumas,
o mar e as deusas que nele repousam
aprendi que não há regresso. Ouço, palpo,
não espero nada. As nuvens navegam brancas
nos rios; as águas alimentam fauna e flora; o gato,
caçador sentado, assiste ao encontro adiado
das águas e da sede. O que faço melhor
é contemplar o paraíso que vai nascendo.
Foto de Casimiro de Brito, do livro "Amar a vida inteira"
(Loulé)
Fotografia - Praia da Marinha por Leos Photos