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RUMO AO SUL

RUMO AO SUL

Poema de amor ao ano que vai passar

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Podíamos ter sido tão felizes!
Tínhamos tudo para isso – ou quase tudo:
Este caloroso Sol que nos penetra até aos ossos
este esplêndido céu azul
a que daríamos mais valor
se vivêssemos na China
(pergunta à Deolinda!)
estes doces cerros ao perto e ao longe
que fascinam os estrangeiros das planícies
este rio Tejo que é quase um mar
debruado por macias margens e casas e montes
e até um castelo!
E à mão de semear
isto é: de cheirar e olhar
e de nos banharmos
o mar à sério!
Quem disto se pode gabar por esse mundo fora?
Pobres alemães, tão ricos de dinheiro e organização
e tão pobres de Sol e Mar!
Não lhes queria estar na pele.
A minha pele precisa do contacto do nosso mar
e do nosso Sol!
Sem eles sente-se viúva!
E contudo algo falhou na nossa relação,
meu querido Ano Findo!
Vou tentar namorar melhor com o Novo Ano.
Não tenhas ciúmes! Vamos ficar amigos.
E vem ver-me às escondidas dele
que mais não seja
em sonhos!
Talvez então nos conjuguemos de verdade!

Teresa Rita Lopes
(Faro)

Cartaz realizado com fotografia de José Manuel Guerreiro
(Quarteira)