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RUMO AO SUL

RUMO AO SUL

Poema imperfeito…

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Este frio
Este desassossego
Divergindo lento como um rio
Este destino que se prende cego
Nas mãos silenciosas e sem brio.

Esta confusão, esta devastação
Este arrepio sem limite
Que abraça o coração com agitação…

Este alvoroço
Esta inquietação
Que se entranha no peito… receoso
Este ânimo sem palavras, sem opinião…

Este corpo sem tempero
Esta saudade, esta mágoa a toda a hora batendo
Este entristecimento único, mero

Este meu olhar distraído e vago
Este sentimento louco, doido
Que me faz dobrar, vergar o corpo!

Esta névoa trazida pelo vento
Esta sombra com rosto
Esta colossal espiral de dor na mente
Este sonho vestido de roxo…!

Um poema imperfeito
E alguns dissabores
Alcançam o anoitecer …

Fecho os olhos como tendo dores
Um tremor sobre mim se debruçou
No corpo, na alma a solidão pousou…

Telma Estêvão
(Silves)

Fotografia de Isaura Almeida
(Faro)