Rumor de água
Onde um rumor de água é só silêncio,
Tenho a surdez de mim, rasgada, inteira;
Ofereço o ribombar desta maré
De mil versos diversos,
De canseira; morro de pé.
Dezasseis luas altas
Um ano e pouco,
Uma eternidade;
Desde que partiste,
Triste,
Do que não sei quem sou…
Sou só metade,
Será que me sobejas, que me faltas?
Na minha noite de quatro muros
Rasguei portas e janelas
No comprimento, e largura;
Sonhos por terra,
A abóbada celeste por loucura.
Manuel Neto dos Santos, do livro "Sulino"
Fotografia da Praia da Rocha por Filipe Santos Photography/Fotografia
Tenho a surdez de mim, rasgada, inteira;
Ofereço o ribombar desta maré
De mil versos diversos,
De canseira; morro de pé.
Dezasseis luas altas
Um ano e pouco,
Uma eternidade;
Desde que partiste,
Triste,
Do que não sei quem sou…
Sou só metade,
Será que me sobejas, que me faltas?
Na minha noite de quatro muros
Rasguei portas e janelas
No comprimento, e largura;
Sonhos por terra,
A abóbada celeste por loucura.
Manuel Neto dos Santos, do livro "Sulino"
Fotografia da Praia da Rocha por Filipe Santos Photography/Fotografia