Saudades
Saudades vivas da terra;
Desses chuviscos primeiros
A libertar, dos nateiros,
Perfume que me descerra
Memórias de antes, de antanho,
Da meninice tristonha.
Saudade! Saudade! Sonha
Pelo feitiço mais estranho;
Feitiço que, de nascença,
Faz da tristeza a alegria.
Saudades em demasia…
Todas, da alma a pertença.
Tenho, às vezes, saudades do futuro
Lá onde vou e, regressando, fico
Preso na liberdade; bem mais rico
Da saudade que tenho… mas procuro.
Procurei- te, saudade, estando aqui
Dentro de mim que, dois somos só um…
Onde eu acabo há, de ti, debrum
Onde eu começo… há debrum de ti.
Manuel Neto Dos Santos, do livro "O corpo como nudez"
(Alcantarilha)
Fotografia de Santa Bárbara de Nexe - Algarve, por Victor Gameiro
Desses chuviscos primeiros
A libertar, dos nateiros,
Perfume que me descerra
Memórias de antes, de antanho,
Da meninice tristonha.
Saudade! Saudade! Sonha
Pelo feitiço mais estranho;
Feitiço que, de nascença,
Faz da tristeza a alegria.
Saudades em demasia…
Todas, da alma a pertença.
Tenho, às vezes, saudades do futuro
Lá onde vou e, regressando, fico
Preso na liberdade; bem mais rico
Da saudade que tenho… mas procuro.
Procurei- te, saudade, estando aqui
Dentro de mim que, dois somos só um…
Onde eu acabo há, de ti, debrum
Onde eu começo… há debrum de ti.
Manuel Neto Dos Santos, do livro "O corpo como nudez"
(Alcantarilha)
Fotografia de Santa Bárbara de Nexe - Algarve, por Victor Gameiro