Sempre as palavras
Sempre as palavras
só as palavras,
esses corcéis
de vento e espuma
velozes como um açoite,
moldáveis como barro
duras como granito,
no trote
marcado na fímbria e no grito
de cada noite,
no galope
solitário pela margem silvestre
do pomar silábico da língua.
O relinchar agreste
da estrofe à beira da falésia e da fala.
Sempre as palavras, só as palavras
forjam de noite e de dia
o metal e o ritmo
mais puro da poesia.
Miguel Afonso Andersen, no livro "Mar de Dentro"
Fotografia - Sagres, Vila do Bispo, por Vitor Pina
só as palavras,
esses corcéis
de vento e espuma
velozes como um açoite,
moldáveis como barro
duras como granito,
no trote
marcado na fímbria e no grito
de cada noite,
no galope
solitário pela margem silvestre
do pomar silábico da língua.
O relinchar agreste
da estrofe à beira da falésia e da fala.
Sempre as palavras, só as palavras
forjam de noite e de dia
o metal e o ritmo
mais puro da poesia.
Miguel Afonso Andersen, no livro "Mar de Dentro"
Fotografia - Sagres, Vila do Bispo, por Vitor Pina