Sou espera que tempo tem
Não sou rio nem árvore nem gaivota.
Nem peixe nem fada nem marmota .
Sou gente e não sou “ninguém”!
Sou espera que tempo tem,
um coração em peito aberto,
caminho no deserto,
água que corre no rio
banhando teu corpo doirado,
afagand’ o teu cabel’ anelado....
sou pedaço daquilo que és...
sou um sonho e não sou...
sou a vida que te corre nas veias...
sou o sol que te beijou...
sou tudo e nada sou!
Sou o que tu quiseres!...
Mar calmo ou revolto...
infinito perdido
n’ eternidade.........
anjo ou demónio
no caminho em que vou
Sou tudo e nada sou!
Margarida A. Tavares
(Faro)
Fotografia de Diamantino Inácio
(Faro)