Tal como um búzio caído Meu amor À beira-mar Pus na guitarra o ouvido Tive a alma a soluçar Pelo mar Com o mar Foi tão triste essa alegria Vibrando cá bem no fundo ó Meu amor, como (...)
Eurydice perdida que no cheiro E nas vozes do mar procura Orpheu: Ausência que povoa terra e céu E cobre de silêncio o mundo inteiro. Assim bebi manhãs de nevoeiro E deixei de estar (...)
Escuto na palavra a festa do silêncio. Tudo está no seu sítio. As aparências apagaram-se. As coisas vacilam tão próximas de si mesmas. Concentram-se, dilatam-se as ondas silenciosas. (...)
Tal como um búzio caído Meu amor À beira-mar Pus na guitarra o ouvido Tive a alma a soluçar Pelo mar Com o mar Foi tão triste essa alegria Vibrando cá bem no fundo ó Meu (...)
Vasculho, ainda, as relíquias das folhas outonais. Como não tem chovido...ei-las hirtas, firmes enrijadas de étimas cores e rebordos de aço. Vasculho, ainda, as relíquias de dias (...)
Oscilante geometria tranquila presença suficiente do ínfimo e do amplo No centro do tempo não há tempo Tranquilidade para ir ao encontro de Estou dentro estou aberto habito um limpo (...)
Começo o dia a fazer gestos supérfluos mas de que me sustento: Digo “Bom dia” às flores da casa e da varanda mesmo às urtigas que aí agora proliferam. Não, não as extermino. (...)
Na mesma fusão de sentimentos fita no alvo firme à minha frente vou deixando pelo caminho lentamente a alegria do meu coração menino. Será o outono o culpado? Dizem que no cair da folha (...)
A vida é uma corda puída, desfibrada, roída como um abandono, como um cansaço ou uma desistência, com um nó que não desfaço por estar só neste enlace com a ausência. Miguel Afonso Andersen (...)
Linhas do amor na página da face Dos valados derrocados, pelas fazendas. Ó canto da cigarra tresloucado, Ensurdecendo amêndoas e al- farrobas. Rosa –dos- ventos; Almeixário antigo (...)
Dou-te um nome de água para que cresças no silêncio. António Ramos Rosa, em "Estou vivo e Escrevo Sol" (1966) (Faro, 17 de outubro de 1924 – Lisboa, 23 de setembro de 2013) (...)