Eu escrevo versos ao meio-dia e a morte ao sol é uma cabeleira que passa em fios frescos sobre a minha cara de vivo Estou vivo e escrevo sol Se as minhas lágrimas e os meus dentes cantam no vazio fresco
Meus poemas são gaivotas Que partem p'ró infinito... Em terra soltam o grito Vão para terras remotas Nessas paragens ignotas Elas vagueiam no espaço Anseiam por outras rotas Onde não (...)
No ranger de tábuas do meu veleiro no rangido seco do casco da minha cama eu confundo com prazer o ruído ondulante do mar que me chama com o rumor fervilhante do teu corpo de mulher. Miguel Afonso Andersen (...)
Nas fragas nascem todos os princípios No dançar das águas toda a plenitude Sérgio Brito ... Partem as gaivotas das mais altas fragas no seu voo picado mergulham no mar vão ao mais (...)
Tentei afogar no mar as súbitas ideias negras pássaros nocturnos pesando nos ombros Olho-os a estrebuchar nas águas Deus queira que não saibam nadar! Teresa Rita Lopes (Faro) Fo (...)
Gosto do Inverno e do mar. Da água alterada em espuma fustigando os pontões do tempo. Da memória, da infância agreste e fria como um vento assíduo e persistente, desse (...)
Na rota das gaivotas há linhas cruzadas nos voos bisados da proa à popa Há um frémito incessante Há gritos estridentes no lançar e recolher das redes… são homens são aves (...)
Tu não estás como Vitória à proa Nem abres no extremo do premonitório as tuas asas Nem caminhas descalça nos teus pátios quadrados e caiados Nem desdobras o teu manto na (...)
Só a mente cósmica, solidários do lume, nos une. Só ela em todas as coisas permanece. Inclinas a cabeça, não suportas o conhecimento. A súmula permanência da morte incandescência (...)
Que a minha ínfima essência Atravesse o mar E o mar me embale e me cubra Com a sua transparência E o meigo sol Alegre a minha eternidade E as gaivotas me tragam O riso das crianças (...)
Árido corpo nas pedras deitado na magra substância da terra deitado lavrado — um corpo longo uma pura construção de formas absolutas — movimento circular sempre recomeçado: mar (...)
(Rosa Alice Branco) Redescobrir-lhes as formas, os contornos e os limites desenhados milimetricamente na postura do olhar atento. Visita-me depois, bem mais tarde, quando, a desoras, o (...)
Bichos somos de um certo chão o único em que nossos passos encontram seu verdadeiro sítio e som e ritmo e nossos sentidos desabrocham suas mais íntimas pétalas. Sou daqui. Só (...)
No meu reino sinto-me rainha, a coroa é de flor de laranjeira, cabelos cor de espiga madurinha, a boca de romã, sorri brejeira... No meu reino o mar é o senhor, pode ser guerreiro (...)