Descalça vai para o mar Maria pela manhã Leva xailinho de lã Leva pressa no andar Leva na orla da saia Raminhos de muitas flores Lembrança dos seus amores Espalhados pela praia Leva nos (...)
Quem sabe o que pensam os homens na crista das ondas de um tempo esquecido sem o astrolábio que os leve a bom porto… Josefa Lima, no livro “Confluências” (Vila Real de Santo (...)
Que a minha ínfima essência Atravesse o mar E o mar me embale e me cubra Com a sua transparência E o meigo sol Alegre a minha eternidade E as gaivotas me tragam O riso das crianças (...)
Na mesma fusão de sentimentos fita no alvo firme à minha frente vou deixando pelo caminho lentamente a alegria do meu coração menino. Será o outono o culpado? Dizem que no cair da folha (...)
Com as finas patas Saltinhos de luxo Mil migalhas cata O pardal gorducho E de salto em salto Feliz e contente Vai enchendo o papo Indiferente à gente Para o ano que vem Pela (...)
A luz apaga todas as arestas Aviva a Cal que cobre os habitáculos O silêncio regressa das entranhas do mar Josefa de Lima, em “Pulsações” - 2008 (Vila Real de Santo António) Fotog (...)
Já tive belos Natais Pinheiros de fantasia Muitas loiças e cristais Muita, muita alegria Muitas festas e vestidos Muitas rendas, muitos laços Já tive muitos sorrisos Muitos beijos (...)
Colado à fragrância da rosa o movimento do ser que dança e flutua negando a gravidade nesse singular momento no espaço e no tempo flor e ser são já eternidade Josefa Lima (...)
Entre os dedos volantes do silêncio e da água nasceu a palavra A palavra é a minha nudez pela palavra liberto-me da canga que resta no pescoço já roçado Josefa Lima, no (...)
Serei minúscula gota de água na garganta de uma ave ou na corola de uma flor serei incandescente poalha na cauda de um cometa e aterrarei no magma adormecido numa praia qualquer serei (...)
Nas fragas nascem todos os princípios No dançar das águas toda a plenitude Sérgio Brito ... Partem as gaivotas das mais altas fragas no seu voo picado mergulham no mar vão ao mais (...)
Na rota das gaivotas há linhas cruzadas nos voos bisados da proa à popa Há um frémito incessante Há gritos estridentes no lançar e recolher das redes… são homens são aves (...)
1984 Quando a noite chegava, levava o banquinho para a porta da rua e, enquanto a avó acabava uma camisola para o seu tio Miguel, que andava na tropa, entretinha-se a embalar a sua Nila. Era (...)