Como o rio sobe os últimos degraus Do cais… trepo por ti Na languidez do beijo. Preia-mar de insónia E do desejo; Bocas de sal e de cristais. Manuel Neto Dos Santos (...)
Descalça vai para o mar Maria pela manhã Leva xailinho de lã Leva pressa no andar Leva na orla da saia Raminhos de muitas flores Lembrança dos seus amores Espalhados pela praia Leva nos (...)
Há todo um mar inteiro, imenso e manso na volúpia e no balanço desse teu jeito de caminhar. Anca subida, maré cheia anca em baixo, praia-mar um subtil maneio, um enleio que (...)
A arquitetura tradicional algarvia reflete a história, o gosto popular e as necessidades das gentes do sul. As portas tradicionais são em madeira e quase sempre apresentam postigos que, (...)
O silêncio é agora a minha fala. Escrevo-o nas linhas rasgadas a céu aberto com um archote de palavras da chama ténue, quase ausente. De pena e aparo em riste como o dardo curvo e breve (...)
Se é clara a luz desta vermelha margem é porque dela se ergue uma figura nua e o silêncio é recente e todavia antigo enquanto se penteia na sombra da folhagem. Que longe é ver tão (...)
Deus — talvez esteja aqui, neste pedaço de mim e de ti, ou naquilo que, de ti, em mim ficou. Está nos teus lábios, na tua voz, nos teus olhos, e talvez ande por entre os teus cabelos, (...)
Estendo-te as mãos E colho o canto dos pássaros E dos rios. Estendo-te as mãos E sorvo o gosto do orvalho E das neblinas. Estendo-te as mãos E o que acontece em mim? Sensuais desvarios (...)
Não sei as pedras que piso Na vereda agreste Mas sei o rumo que sigo Não sei onde me leva o vale Nas suas águas bravas Mas sei que é para o mar Não sei aonde me leva o grito (...)